Formação, ensino e atuação em avaliação psicológica

Entidade:
IBAP

Coordenador(a):
Ariela Raissa Lima Costa

Financiador do coordenador:
CAPES

Resumo:
O curso de graduação em psicologia tem como foco a formação do psicólogo direcionada para a atuação profissional, pesquisa e ensino. Nesse período o aluno é preparado para compreender e ser capaz de realizar atividades relacionadas à sua atuação profissional, o que inclui a avaliação psicológica. Esta é componente curricular obrigatória em qualquer matriz do curso e é considerada uma área de formação básica, além de ser uma atividade privativa de psicólogos. Durante o curso são ofertadas diversas disciplinas consideradas importantes para que o futuro psicólogo possa realizar uma avaliação psicológica com qualidade. Porém, o conteúdo delas é algo ainda não consensual o que afeta diretamente a formação e a atuação profissional. Desse modo, a presente mesa terá três apresentações, sendo uma acerca das ementas de ensino de avaliação psicológica, outra sobre as competências de graduandos para o uso da avaliação psicológica e a terceira sobre a formação e atuação de psicólogos do trânsito.

Eixo:
I: A psicologia e a superação das desigualdades no acesso e qualidade da formação em psicologia

Processo:
Processos de Avaliação


Apresentações:

Análise das disciplinas de avaliação psicológica do contexto brasileiro
– Catarina Possenti Sette – CAPES (Coautores(as): Felipe Augusto Cunha – CAPES, Ana Carolina Zuanazzi Fernandes – FAPESP)
A avaliação psicológica (AP) é uma prática restrita aos psicólogos no Brasil, sendo fundamental na atuação desse profissional, uma vez que é aplicado em todas as áreas. Entretanto, a literatura demonstra algumas falhas importantes na formação desse profissional. Nesse sentido, o objetivo deste estudo foi realizar um levantamento e analisar as ementas dos cursos de Psicologia do país voltadas para o ensino de avalição psicológica. Dos 790 cursos cadastrados no Ministério da Educação (MEC), 133 das instituições tinham as ementas disponíveis e 478 foi o número de disciplinas relacionadas a AP. Os resultados demonstraram que há uma nomenclatura variada para as disciplinas e que 93,7% ementas são de disciplinas oferecidas até o meio do curso (5º semestre). Os principais conteúdos englobados nessas ementas são AP como processo, testes psicológicos (uso, correção e interpretação) e aspectos éticos e legislação. Com isso, percebe-se que a formação atual ainda se distancia do ideal. Ainda que se tenha avançado em alguns locais específicos, em outros percebe-se a predominância de um curso tecnicista e pouco reflexivo.

Análise de competências de graduandos em Psicologia para o uso de Avaliação Psicológica
– Leonardo Oliveira Barros – CAPES (Coautores: Helder Henrique Viana Batista – CAPES, Rodolfo Augusto Matteo Ambiel)
A Avaliação Psicológica (AP) embora seja a única atividade privativa de psicólogos, carece de definições claras acerca do ensino, formações e competências técnicas para realização do procedimento, uma vez que, não há consenso em relação ao ensino desta prática. Este trabalho teve por objetivo analisar competências para realização de AP de alunos concluintes do curso de Psicologia, bem como, verificar aspectos formativos como quais são os instrumentos mais ensinados e utilizados durante os estágios e a quantidade de disciplinas sobre a temática ao longo da graduação. Participaram 100 estudantes do 9º (19%) e 10º semestre (81%), oriundos predominantemente da região sudeste (42%) e de universidades particulares (87%). Utilizou-se um questionário sociodemográfico, o Questionário de Competências para Avaliação Psicológica (QCAP) e quatro questões de conhecimentos em Avaliação Psicológica. Os resultados indicaram que em médias os alunos têm três disciplinas de AP ao longo da formação, bem como, falta de conhecimento teórico entre instrumentos psicológicos e técnicas complementares do processo avaliativo. Além disso, as maiores dificuldades sobre os domínios para uso dos instrumentos foram relativas aos conhecimentos psicométricos e estatísticos que subsidiam os testes psicológicos.

Sinal amarelo para avaliação psicológica no trânsito: a importância da formação continuada
– Ana Deyvis Santos Araújo Jesuíno – CAPES (Coautoras: Gabriela da Silva Cremasco e Thaline da Cunha Moreira – CAPES)
Quando se trata da avaliação psicológica no trânsito, nota-se que a quantidade de estudos ainda é incipiente, sejam eles relacionados a atuação do psicólogo ou ao que é necessário para considerar um candidato apto ou inapto para conduzir. Este estudo verificou os aspectos da formação na graduação e sua relação com a especialização em psicologia do trânsito e os principais critérios utilizados para considerar o candidato apto ou inapto temporário. Participaram 42 psicólogos, com média de idade de 39,33 (DP=9,4), 87,5% mulheres de 11 estados brasileiros e a maioria de São Paulo. Utilizou-se uma entrevista semiestruturada para levantar informações pessoais, formação e atuação do psicólogo. Os principais critérios para escolha dos testes psicológicos foram a duração do teste e as normas de aplicação. A maioria considerou como inapto quem obtém um percentil inferior a 25% em testes de atenção/memória, inteligência e elevada agressividade e impulsividade. Esses dados vão em oposição as questões elencadas como fundamentais na escolha de um teste, que são as propriedades psicométricas e a população em questão, bem como os critérios para considerar um candidato inapto. Conclui-se que apesar de ser uma obrigação do psicólogo, em virtude da lei estabelecida pelo CONTRAN, a especialização em psicologia do trânsito é uma necessidade e uma forma de aproximar a relação teoria e pratica e atualizar os psicólogos da área.